(…) numa lógica da conceção de ensino como ação intencionalmente dirigida a promover uma aprendizagem em alguém, toda a ação estratégica envolve encontrar a melhor forma para que todos (e cada um) aprenda, independentemente de tal acontecer em atividades formais, não formais ou informais.
Os desafios educacionais atuais podem, igualmente, procurar ancorar-se nos princípios estudados por alguns pedagogos do século XX que, talvez alcançando uma visão vanguardista do paradigma educacional, afirmam, como John Dewey, que, muito embora as sociedades democráticas exijam um tipo de educação promotora de autonomia na resolução de problemas, criatividade ou inteligência emocional para a construção e sistematização de conhecimento, este só é eficaz e eficiente se o aprendente tomar parte do processo decisório de definição ou (re)orientação do currículo. (…)
Outra dimensão que importa abordar neste ponto prende-se com a utilização de algumas opções metodológicas (sem pretensão de universalidade) que podem ser relevantes e mobilizadoras de aprendizagens significativas em diferentes níveis de ensino e áreas curriculares.
Cada vez mais o aprendente desempenha um papel importante no seu processo de aprendizagem e a promoção de competências autorregulatórias (entre outras) é uma base para garantir o desenvolvimento efetivo de uma pedagogia diferenciadora e inclusiva e uma gestão flexível do currículo centrada nas características das crianças e dos jovens (Vieira & Santos, 2019). Os docentes deverão, assim, desde os anos iniciais de escolaridade, criar oportunidades e ambientes favoráveis ao desenvolvimento dos processos de autorregulação, com vista a estimular nos alunos as competências que lhes permitam ter um papel ativo e construtivo nos processos e produtos da aprendizagem (Piscalho, 2021). (…)
A diversificação de estratégias de ensino e aprendizagem - seja por intermédio do trabalho de projeto, da metodologia da resolução de problemas, da sala de aula invertida, de tertúlias dialógicas ou de grupos de discussão e reflexão sobre as questões levantadas na aula - enriquece o processo de mudança nos papéis do docente e do aluno, em que o último se envolve de forma generalizada, toma muitas vezes parte na decisão dos melhores recursos pedagógicos a utilizar e da forma como os rentabilizar, não ficando a turma ou o grupo restrito a uma única fonte de informação, o manual. Verifica-se, ainda, que o envolvimento ativo dos alunos nas aprendizagens e a liberdade de trazer à discussão e à reflexão temas e conteúdos não previstos no manual os motiva a autorregular as suas aprendizagens, desenvolve-lhes espírito crítico, ajuda a melhorar a competência comunicativa, estimula a criatividade e a colaboração entre eles.
Apresentaremos de seguida o Quadro 2 que recorre a várias atividades e procura deixar sugestões de recursos variados a utilizar em cada uma delas, identificando estratégias gerais de como poderá cada atividade ser integrada nas diversas situações de aprendizagem.
(…) Temos vindo a abordar, neste ponto, o envolvimento do aluno na construção de um currículo significativo, como pode ser participado por todos e enquadrar-se na comunidade educativa aos mais diversos níveis. Apresentámos, em primeiro lugar, uma abordagem macro ao nível da escola ou do agrupamento; introduzimos depois a possibilidade a partir de metodologias de aprendizagem ativa e com possibilidade de interações interdisciplinares e/ou transversais, que nos transportam para uma participação do aluno a um nível intermédio, por exemplo, na sala de aula, no clube ou em atividades de turma.
Finalizamos este ponto deixando referência a que esta intervenção pode ser mesmo a um nível micro, ou seja, individual, quando o aluno é implicado no processo decisório de qual o recurso ou a atividade com que mais se identifica para realizar determinada tarefa e aprendizagem.
(…) como podemos gerir de forma diferenciada e introduzir a autonomia e regulação das aprendizagens a partir de uma atividade de trabalho de grupo. Evidentemente que algumas das sugestões que apresentamos ou apresentaremos poderão ser já do conhecimento dos nossos leitores; de facto, pretendemos, tão-só, sistematizar, agrupar, organizar informação adjuvante do trabalho pedagógico-didático; cada qual, na sua autonomia, fará a sua gestão: o que já conheço e me (não) serve, o que gostaria de experimentar, etc.
Retirado de "Módulo 4: A inclusão na sala de aula"
O trabalho de grupo e colaboração
1. Como orientam os vossos alunos num trabalho de grupo a ser desenvolvido em sala de aula?
2. E quando o trabalho de grupo se faz fora da sala de aula em trabalho autónomo?
3. Depois desta reflexão, que alterações introduziriam nas orientações que dariam aos alunos, na planificação de uma atividade de trabalho de grupo?
Sala 1 - Sandra Alpalhão, Carla Carneiro, Paula Rocha e Maria Prates
ResponderEliminarQuestão 1 - Apresentação do Tema Geral
Escolha do subtema por parte do alunos
Constituição dos grupos
Definir objetivos (metas a atingir)
Divisão de tarefas
Nomear porta voz
Definir metodologias (escolha do produto final)
Definir prazos
Questão 2 - Monitorização semanal e evidências (documentos, fotos, pesquisa , imagens, etc),
via Classroom, por exemplo.
Questão 3 - Reformular as orientações caso os alunos estejam a desviar-se dos objetivos
propostos.
Seremos nós a alterar a constituição dos grupos, caso não esteja a funcionar
devidamente.
Sala 3
ResponderEliminarGrupo: Andreia Vinagre, Sofia Narciso, Vera Gomes e Helena Nunes
1 – É entregue um guião orientador, o acompanhamento do professor aos alunos, esclarecendo dúvidas e fornecendo-lhes feedback;
- no pré-escolar, tendo em conta as especificidades da faixa etária, os adultos não fornecem documentos orientadores, dando ele as instruções e fazendo o acompanhamento no desenvolvimento da atividade;
- é solicitado aos alunos um suporte digital (computadores...);
- proposta de implementação de um projeto dividido por várias etapas;
- envolver os alunos na criação de elementos de avaliação (questão-aula, kahoot...);
- auto e heteroavaliação.
2 – É entregue um guião orientador (objetivos do trabalho e critérios de avaliação) com um tema particular e pesquisas mais específicas, cada grupo escolhe o seu tema. A utilização do WhatsApp e classroom também serve para esclarecimento de dúvidas.
No pré-escolar, o trabalho fora de sala de aula é realizado em colaboração com a família com a orientação da educadora.
3 – Envolver os alunos na criação dos critérios de avaliação;
- Escolha das ferramentas a utilizar na realização do trabalho e formas de apresentação;
- Escolha dos temas para motivação dos trabalhos (ir ao encontro dos interesses dos alunos – TIC).
Sala 4
ResponderEliminarIsabel Santana, Eulália Martins, Eunice Abre
1 - Especificamos o tema do trabalho, é feita a apresentação oral e escrita dos dos objetivos a atingir e os passos a seguir de modo a realizar o trabalho. Exemplicar, caso as instruções tenham gerado dúvidas. Informar o tempo destinado à tarefa.
Posteriormente vamos circulando de grupo em grupo de modo a ir verificando a evolução do trabalho.
2- Especificamos o trabalho com clareza, é feita a apresentação oral e escrita dos objetivos a atingir e os passos a seguir de modo a realizar o trabalho. Esclarecer que devem distribuir as tarefas de modo a que todos os elementos do grupo tenham um papel ativo. Exemplicar, caso as instruções tenham gerado dúvidas. Informar a data de entrega do mesmo ou apresentação do mesmo.
Fornecemos alguns exemplos de fontes que podem consultar.
3- O aluno poderá acrescentar no seu trabalho algo que tenha encontrado e que tenha interesse em partilhar com os restantes elementos da turma e até debater os assuntos que ache pertinentes.
1- Organização dos grupos de trabalho, privilegiando o princípio das mentorias; definição de etapas relativas ao tema selecionado; eleição de um porta-voz; construção de um guião orientador; calendarização dos trabalhos a desenvolver; previsão de momentos de apoio direto ao grupo por parte do professor; disponibilização de materiais de apoio (digital, papel).
ResponderEliminar2- Reuniões on-line e plataformas para acompanhamento regular do trabalho do aluno; realização de entrevistas/questionários sobre o tema a desenvolver; solicitar apoio familiar, em particular, em faixas-etárias mais baixas.
Devido a condicionamentos relacionados com a imaturidade dos alunos, ausência de responsabilidade individual e existência de focos de indisciplina em sala de aula, torna-se cada vez mais difícil a realização de trabalhos de grupo junto de alguns escalões etários.
3- Criar projetos inter/transdisciplinares; uniformizar metodologias e recursos de trabalho nas diferentes disciplinas e criação de uma plataforma (classroom) dedicada a esclarecimentos/orientações aos alunos.
Grupo: Ana Pires, Isabel Ferrão, Vanda e Ilda Pinela.